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terça-feira, 14 de maio de 2013

O brilho da neve


            Era uma vez uma pequena criança, linda como a neve, de nome Eva. Era a garota caçula de três irmãos e sempre se mostrou a mais corajosa de todas.
            Certo dia, ao passear pela floresta que circundava sua humilde casinha, deparou-se com enormes pegadas distribuídas como as de um humano, porém do tamanho de um bisão. Resolveu investigá-las, e passando mais algumas horas dentro da nevada floresta, acabou por encontrar uma enorme abertura negra na montanha branca, coberta de neve. Apesar de esta aparentar ser medonha, a garota prosseguiu seu caminho atrás das pegadas estranhas cravadas na neve.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Guardiões

     Branca de Neve era uma doce menina. A garota, educada e bondosa, de pele branca como a neve, lábios vermelhos como o sangue e cabelos negros como o ébano... Essa história todo mundo conhece, ou melhor, todos acham que conhecem.
     Na época da chegada dos colonos às Américas, muitos povos indígenas se refugiaram para dentro das matas e muitos desses refugiados criaram suas raízes ali, dando origem á novos povos. Com o tempo, os índios perderam sua identidade, que se fundiu com a cultura europeia. A cor de jambo e o cabelo extremamente liso e negro como a noite, já não faziam mais parte do estereótipos de algumas aldeias. 
      Alice, vulgo Branca de Neve, era uma das descendentes da família Stratfoord. Seu tataravô (um europeu) se apaixonou por uma índia, gerando uma família miscigenada, conhecedora da mágica presente nas florestas. 
     Aparentava ser uma menina dócil, meiga, simpática. Isso era na verdade seu maior trunfo, nunca desconfiariam da potente força presente naquelas minúsculas mãos. Seus olhos eram capazes de emitir ondas de dor para o alvo, podia ler os pensamentos de qualquer um e sua torta de maçã era na verdade recheada de feitiços.
     Derrotou, uma vez, uma fera que ameaçava o equilíbrio da mata. Era seu irmão mais velho. Havia traído sua família contando tudo sobre a magia que possuía para sua namorada , que na verdade estava apenas interessada em aprender as mágicas. 
     Com um singelo bolo de aipim, Alice enfeitiçou seu irmão transformando-o em uma fera horrenda e o aprisionou em um labirinto em uma terra distante, assim jamais poderia ver sua amada de novo e se mesmo assim conseguisse escapar, não falariam a mesma língua.
     A falsa nora, decidida a revelar a existência da mágica, foi pega de surpresa. Ela não esperava que Alice estivesse vigiando todos os seus pensamentos. Ela acabou também sendo amaldiçoada, tornando-se um quadrúpede sem cabeça, e que no lugar desta havia apenas fogo. 
     Talvez um dia você escute um choro medonho e o barulho de cascos pesados sob o chão. Não tenha medo. É uma infeliz jovem que traçou o seu destino através da ganância pelo poder. Mas se puder, fuja das ingênuas garotas. Você não sabe o quão poderosas elas podem ser.

("Jéssica Stewart")

sábado, 4 de maio de 2013

Você pra toda a vida.


Te conheci, mas nem ao menos dei importância a esse fato.
Coisas do destino nos fizeram arrepiar, pelo simples toque do seu tato.
Um pedido, um beijo, nasce um amor para toda a vida.
Um amor entre eu e você,
Um amor que pra sempre vai sobreviver.
Se para sempre é muito tempo,
Para mim é pouco.
O eternamente se torna minimo
E o nosso amor prevalesse máximo.
Cada beijo,
Cada carinho,
Cada momento especial...
Me fazem pensar que é você!
MEU MUNDO É VOCÊ!

Antigo amor.

  "Hoje eu vou esquecer você de vez!". Repito incessantemente em minha cabeça em uma tentativa falha de me convencer que eu iria conseguir. Infelizmente você acaba com todas as chances e esperanças que tenho ao consegui-lo, quando lhe sinto presente em todo lugar. Presença que sinto pela manhã, quando o primeiro raiar do sol emite o mesmo calor de seus abraços. Presença que sinto à noite quando surgem as estrelas, estrelas estas que carregam o brilho roubado do teu olhar. Ódio tenho de você por me fazer amá-lo mesmo quando não quero. Não posso amar quem não mereça meu amor, apesar de que também me amas, apesar de que já vivemos momentos que nenhum outro amor da vida possa ocupar. Não posso , não devo. Não posso ama-lo. Não devo tentar ver você nele. Os beijos dele nunca serão igual aos seus, nunca! Mas é preciso amar, é preciso querer. Se é preciso escolho a ele, pois você não me merece! Nunca mereceu.

Indireta


Era uma vez um amor...
Dúvida que não se cessou
Amor, então lhe digo que foram as
decisões erradas,
escolhas mal feita,
as mentiras contadas
e as traições...
Malditas!
Malditas sejam todas essas coisas!
Coisas que nos fizeram distanciar,
que nos fizeram perder o sentido do amor.
Indescritível dor que sinto
ao dizer que não mais me pertences.
Era uma vez um amor...
Esse amor era você, 
que me fez reconhecer que não lhe mereço.
Devo arriscar tudo?
Devo pedir perdão?
Apenas me calo e vivo só.
Pensando em quando 
era uma vez um amor,
o nosso amor...
E agora fim. 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

E tragicamente aconteceu... (O fim)

     Passaram-se os meses do intercâmbio e durante esse tempo, Emma e Andrew construíram uma amizade muito forte.
    Assim que chegou o dia de Andrew embarcar de volta para o Brasil, ambos sabiam que enfrentariam uma difícil separação e que provavelmente jamais se veriam de novo. Chegaram no aeroporto faltando pouco tempo para o embarque, tiveram tempo apenas para um longo abraço. Uma lágrima escapou do rosto de Emma, ele logo a secou com o polegar. "Vai ser difícil minha pequena, mas temos que seguir com as nossas vidas." dissera ele. Se abraçaram novamente. "Se você quiser, eu largo tudo. Tudo mesmo. É só pedir" confessou ele, baixinho. Ela ficou desnorteada, não sabia se era verdade o que tinha acabado de ouvir. Perdida em seus pensamentos, ela nem notava que ele aguardava uma resposta. Vendo que não obteria resposta alguma, deu ás costas e dirigiu-se ao portão de embarque.
     Estava prestes a embarcar, quando escutou um grito abafado. Era ela chamando por seu nome. Seu rosto se tornou mais vívido, os olhos se iluminaram, um largo sorriso apareceu. Ainda tinha esperanças de que ela o quisesse de volta. Virou-se para ela, e viu uma menina insegura, perdida, desesperada. Teve um momento de compaixão e olhou para ela, suspirando. 
     Não tiveram tempo para pensar em nada. Não lhes passou pela cabeça que estavam em um lugar público. Eram apenas eles, em um mundo privado. A razão não existia mais. Emma correu, jogou-se contra ele em um abraço. Ele não se importou com o intenso impacto. Sentiu a pele gélida e trêmula dela, e a apertou forte contra o peito. "Fica! Por Favor! Fica! Eu fico aqui também! Mas por favor, não me abandone..." disse ela, desesperada. Ele a afastou, segurou seu rosto entre as mãos e olhou em seus olhos ardentes pelo calor do momento, e respondeu "Claro que sim meu amor". Ele a beijou docemente. Nunca estiveram tão felizes. Aplausos surgiram  em meio a multidão que havia parado para assistir a cena de amor jovial. Saíram, ambos sorridentes, de mãos dadas do aeroporto.
     Viveram um romance puro. Há quem diria que eram almas gêmeas, uma só alma em dois corpos. O amor transparecia e influenciava a todos que estavam em um mesmo ambiente que eles. Todos se tornavam alvos de um sentimento verdadeiro e explícito.
      Construíram uma vida nova, deixando a antiga para trás. Não se arrependiam dessa escolha. Andrew não queria apenas um romance. Quando completaram três anos de namoro, ele preparou uma surpresa para ela. Durante meses ele havia economizado centavo por centavo, e  conseguiu pagar a passagem de toda a sua família e da sua sogra. Uma festa estava sendo minuciosamente preparada para pedir ela em casamento. 
     Ele a levou para o cinema para comemorar o dia, enquanto a festa surpresa estava sendo montada. Era a estreia de um filme de super-heroi, a sessão estava lotada. Pouco tempo antes do filme acabar, deu uma desculpa à ela dizendo que precisava ir ao banheiro, quando na verdade ele queria ligar para sua sogra para saber se já estava tudo preparado. 
     E tragicamente aconteceu. Foi uma cena muito rápida. Ela já estava do lado de fora, com o celular no ouvido. Dentro da sala escura, um rapaz desconhecido se levantou e sacou duas armas. Emma foi a primeira a ser atingida, morrendo ali mesmo, na mesma hora, com um tiro certeiro no coração. No mesmo atentado, onze pessoas também faleceram, e outras cinquenta e nove se feriram. Do outro lado da linha, os convidados da festa escutaram o momento de terror vivido por eles e pelos outros expectadores.
     Andrew também falecera. O inusitado era que o casal faleceu exatamente no mesmo instante, ela com uma bala no coração que sujou todo o seu traje, já ele também estava inundado pelo sangue que havia jorrado, mas em seu coração havia um espaço vazio no mesmo lugar onde havia uma bala alojada no órgão de sua amada. Eram de fato almas gêmeas, disso ninguém duvida mais. Ele não havia sido baleado e morreu na mesma circunstância de seu amor. Que outra razão teria? 


*Esse conto foi baseado no ataque do dia 20 de julho de 2012, em Denver no estado do Colorado (EUA).

("Jéssica Stewart")

quinta-feira, 2 de maio de 2013

A emboscada

       *Baseado no conto "O mistério do homem de preto" de Luiz  Lanzieri

       Era um dia normal quando fui chamado para desvendar mais um mistério.
 
  Ao chegar na pacata cidadezinha de Palhoças, fui direto à delegacia para conseguir informações sobre o caso.
    Durante semanas entrevistei inúmeros moradores, fiz diversas reconstituições do crime, procurei por pistas na antiga casa dos Smith... Mas não conseguir achar nada. Isso era frustrante.
    Até que um dia recebi um telefonema do prefeito que me chamava para almoçar em sua casa. Como estava atarefado ao extremo, recusei o convite, mas o prefeito não deu-se satisfeito. Inventava desculpas insistentes para visitá-lo. Cansado de negar, acabei aceitando o convite.
     Quem me dera ter pensado mais ao ponto de fazê-lo desistir do convite. O que me esperava em sua casa não era um almoça habitual.
    A cidade, prestes a falir, se encontrava em um país que estava em uma profunda crise econômica. Foram feitos inúmeros cortes em investimentos públicos municipais. Um deles era na alimentação. Para evitar os gastos com a importação da carne bovina e suína, o prefeito havia contratado um açougueiro que era adepto às práticas antropofágicas, e este matava a todos os que ameaçavam a carreira do político. A carne era vendida normalmente e a população, enganada, fazia o seu consumo.
    Sobre a mesa havia um forro, que um dia já fora totalmente branco, e por cima do forro haviam cadáveres. Sim! Cadáveres! Inúmeros braços (já separados dos corpos) se encontravam dentro de travessas, cobertos por um molho de carne e batatas cozidas. Uma visão horrenda e inimaginável, saída diretamente de seus piores pesadelos ou do filme de terror mais assustador.
    Somente quando o açougueiro entrou no aposento portando um machado afiado que me dei conta do fato. Eu não havia sido convidado para o almoço. Eu era o almoço!
    Corri o quanto pude e enfrentei obstáculos, mas consegui sair daquele circo de carnificinas. Na mesma hora me prontifiquei em abandonar aquela cidade o quanto antes, deixando para trás um caso que nunca fora revelado devido aos sumiços inesperados de todos os detetives que foram contratados. 

("Jéssica Stewart")